COMPORTAMENTO SEXUAL COMPULSIVO

COMPORTAMENTO SEXUAL COMPULSIVO

O comportamento sexual pode ser reflexo de um aspecto hereditário, de um aspecto médico, cultural, circunstancial, etário e pessoal. É muito complexa a questão sexual, seja do ponto de vista qualitativo ou quantitativo. Esse artigo privilegia a questão quantitativa, ou seja, quanto de atividade sexual seria normal e quanto seria patológico, para mais ou para menos. Veremos aqui as alterações para mais, ou seja, a hipersexualidade.

Uma questão primeira a ser valorizada, é o fato de muitos pacientes com sintomas hipersexuais não apresentarem nenhuma evidência visível de outra disfunção neuropsiquiátrica. Outros podem ter evidências sutis de algum comprometimento neuropsiquiátrico e, finalmente, alguns de franco comprometimento neuropsiquiátrico. A dúvida que nos apresenta é: naquelas pessoas sem nenhuma evidência de outra disfunção neuropsiquiátrica além da atividade sexual numericamente incomum, estaria correto pensarmos numa patologia, ou seja, estaríamos diante de uma condição médica, ética ou simplesmente pessoal?

Para ser tomado como algo patológico, segundo os autores e as diretrizes da psicopatologia, o Comportamento Sexual Compulsivo deveria causar sofrimento emocional e proporcionar sérias conseqüências interpessoais, ocupacionais, familiares e financeiras. Mesmo assim estaríamos diante de um critério polêmico, pois se há uma sexualidade patológica, na qual o apetite e as fantasias sexuais aumentam a tal ponto que ocupam quase todos os pensamentos e sentimentos, estaríamos sim diante de um quadro Obsessivo-Compulsivo com sintomatologia sexual. Por outro lado, se estivermos diante de uma pessoa que exige gratificação sexual sem maiores considerações éticas, morais e legais, resolvendo-se numa sucessão impulsiva e insaciável de prazeres, aí então estaríamos diante de um Transtorno Sociopático ou Borderline da Personalidade, com sintomas também sexuais.
Problemas sexuais no DSM.IV
Disfunções Sexuais
Desejo Sexual Hipoativo
Aversão Sexual
Transtornos da Excitação Sexual
Transtornos Orgásmicos
Ejaculação Precoce
Transtornos de Dor Sexual
Dispareunia
Vaginismo
Parafilias
Exibicionismo
Pedofilia
Transvéstico
Transtornos da Identidade de Gênero

Problemas sexuais no CID.10
Disfunção Sexual Não-Orgânica
Disfunção Orgásmica

Sites de Sexualidade

- Instituto H. Ellis
- Soc. Brasileira de Sexualidade
- Instituto Paulista de Sexualidade
- Depressão e Desejo Sexual
- Discovery Health; Sexualidade
- SOS Sexualidade
- Sexualidade
- City Saúde
- Sexualidade
- Banheiro Feminino




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A compulsão sexual, para alguns especialistas, é um transtorno obsessivo compulsivo; para outros é dependência, como a de drogas e jogo. Na tentativa de traçar um perfil mais adequado dos pacientes com compulsão sexual, o responsável pelo Ambulatório de Tratamento do Sexo Patológico da Unifesp fez uma pesquisa com 24 pessoas atendidas no serviço.

Apesar de uma amostra pequena, os dados são relevantes, já que estudos nesse campo não são freqüentes. O estudo aponta alto grau de instrução entre os pacientes, predominância masculina e resistência ao tratamento. 41% dos analisados têm parceiro fixo - e a média de parceiros sexuais de cada um é de 161 pessoas. Os analisados apontaram como áreas mais prejudicadas a profissional (60%), a pessoal (45%) e a familiar (16%). Fonte: Jornal do CREMESP - no. 187
Continuando nossa revisão, o Comportamento Sexual Compulsivo pode se associar a outras doenças psiquiátricas, particularmente ao abuso de substâncias psicoativas, atualmente à cocaína. Transtornos Ansiosos, Transtornos de Personalidade e outros Transtornos do Controle de Impulsos também podem ser concomitantes ao Comportamento Sexual Compulsivo. (veja Transtornos Ansiosos, Transtornos de Personalidade e Transtornos do Controle de Impulsos). Para se tentar alocar o Transtornos do Controle de Impulsos dentro dos Transtornos de Controle de Impulsos, devemos lembrar que suas características essenciais dos são; o fracasso em resistir a um impulso ou tentação de realizar algum ato que seja prejudicial à pessoa ou a outros, com ou sem resistência consciente ao impulso e com ou sem premeditação ou planejamento do ato, sensação crescente de tensão ou excitação antes de cometer o ato e uma experiência de prazer, gratificação ou alívio no momento de cometer o ato.

Black e cols. analisaram 36 pessoas com Comportamento Sexual Compulsivo e verificaram que a maioria delas (92%) estava realmente preocupada com seus desejos exacerbados e/ou com suas persistentes fantasias sexuais. A maior parte dessas pessoas tentava resistir ao comportamento sexualizado (72%), embora sem sucesso e com perda de controle. Grande parte delas experimentava remorso pelas atividades sexuais exageradas, impulsivas, não resistidas e, muitas vezes, inconseqüentes.

Uma observação adicional mostrou que a maioria desses pacientes com Comportamento Sexual Compulsivo (75%) também preenchia os requisitos para diagnóstico de abuso de substâncias psicoativas. Estas estariam relacionadas à desinibição do comportamento suficiente para permitir a intensificação do prazer ou aplacar a sensação de vergonha. (Fonte:Neuropsiconews)

Os prejuízos sócio-ocupacionais com o Comportamento Sexual Compulsivo incluem gastos financeiros, a traição as(os) parceiras(os), perda de amigos ou a experiência de vergonha. Pouco mais de 42% dessas pessoas reconheceram que esse comportamento sexual afetava o casamento ou relacionamentos importantes e, um quarto dos casos, sentia que o Comportamento Sexual Compulsivo tinha afetado seu trabalho. A pesquisa apontou ainda que 19% dos portadores de Comportamento Sexual Compulsivo tinham tentado o suicídio. As complicações legais também eram uma preocupação para vários pacientes.



Seria o Transtorno Sexual uma atitude Adictiva?

Fenichel usou o termo adicção sexual aproximadamente há 50 anos para comparar sintomas sexuais com a mesma conotação que dava à adicção através do uso de quantidades crescentes de uma droga (dependência com tolerância). Há alguns anos, o antigo DSM-III-R (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 3a. edição revisada) empregou o termo Adicções Sexuais Não-Parafílicas para descrever pacientes que pudessem satisfazer os critérios para um Transtorno Sexual Não Especificado de outro modo.

Goodman (1993) argumenta que, do ponto de vista fenomenológico, os transtornos aditivos situam-se na intersecção de transtornos compulsivos, os quais envolvem redução da ansiedade através de uma atitude, e transtornos impulsivos, os quais envolvem a gratificação através do exercício de um impulso. Além disso, ele argumentou que esse conjunto de sintomas é embasado por mecanismos neurobiológicos, inclusive através do envolvimento dos sistemas serotoninérgico, noradrenérgico, dopaminérgico e de opióides.

Outros autores argumentam que o termo adicção deveria ser monopólio dos transtornos causados pelo uso de substâncias. A neurobiologia do abuso de substâncias tem sido relativamente bem estudada, mas ainda não é perfeitamente evidente que os mecanismos envolvidos na drogadicção sejam os mesmos envolvidos na hipersexualidade.

Seria o Transtorno Sexual uma atitude Impulsiva?

Poderíamos começar perguntando se a própria atividade sexual não seria impulsiva. Alguns autores observaram que os sintomas da hipersexualidade poderiam satisfazer plenamente os critérios do DSM-III-R para um Transtorno de Controle de Impulsos. Tal comportamento sexual costuma envolver uma falha ou impotência do paciente em resistir aos impulsos, uma sensação de tensão antes do comportamento e uma experiência de alívio, depois que o comportamento fosse realizado. Também como no Transtorno de Controle de Impulsos, depois do comportamento sexual impulsivo, costuma haver sentimentos de vergonha e culpa (Barth, 1987). Vários outros autores têm usado o termo Impulsividade Sexual com base nessa sucessão de eventos.

Além disso, transtornos comórbidos em pacientes com sintomas hipersexuais parecem semelhantes aos de outros Transtornos do Controle de Impulsos. Há evidências do envolvimento serotoninérgico nos transtornos de controle de impulsos, e os agentes serotoninérgicos podem ser úteis em sintomas hipersexuais mesmo que os efeitos não sejam tão fortes e ansiosos quanto nos transtornos do afeto.

Outros transtornos, como por exemplo o abuso de substâncias e a bulimia provavelmente também satisfazem os critérios diagnósticos do DSM-III-R para o grupo dos Transtornos do Controle de Impulsos. (Ver Transtornos do Controle de Impulsos)


O termo hipererosia já nos leva à idéia de que pode ser um comportamento desejado e positivo, apenas um excesso de erotismo de uma determinada pessoa. As pessoas que sentem uma necessidade sexual maior podem estar incluídas nesta denominação, mas nem sempre... O que pressupõe e que permite chamar de comportamento sexual compulsivo depende de características de personalidade específicas.

São pessoas que:
- tem pensamentos ou atos compulsivos recorrentes;

- tem pensamentos obsessivos - idéias, imagens ou impulsos que entram na mente do indivíduo repetidamente de uma forma estereotipada, são angustiantes (violentos, repugnantes ou obscenos), sem sentido e a pessoa não consegue resistir a eles. São reconhecidos como próprios e pessoais.

- tem atos ou rituais - comportamentos estereotipados, que se repetem muitas vezes, não são agradáveis e são vistos como preventivos de algo improvável.

- estas manifestações ocorrem em conjunto com ansiedade e depressão.

Estas características podem variar e dependem de quanto a pessoa está envolvida com seus pensamentos automáticos e quanto seus processos de pensamento estão desenvolvidos, destruindo e prejudicando os relacionamentos cotidianos. Fonte: Saúde na Internet, veja



Foram realizados relativamente poucos estudos da psicobiologia da hipersexualidade. Todavia, a literatura realmente sugere a possibilidade de uma neurobiologia para a hipersexualidade. São apresentados três casos de comportamento hipersexual no contexto de transtornos neuropsiquiátricos, fazendo-se revisão breve da literatura sobre este fenômeno. Esses estudos de casos e a literatura proporcionam evidências de que diferentes sistemas cerebrais podem desempenhar um papel neste trans­torno. Lesões frontais podem ser acompanhadas por desinibição, inclusive resposta hipersexual impulsiva a sugestões externas, enquanto as lesões estriatais podem ser acompanhadas por desencadeamento repetitivo de padrões de resposta gerados internamente. Lesões límbicas temporais podem ser acompanhadas por desequilíbrios do próprio apetite sexual, inclusive alteração do direcionamento do impulso sexual. Esses estudos de casos demonstram que uma neurobiologia da hiper­sexualidade pode provar ter um certo valor heurístico na clínica. No entanto, são necessárias mais pesquisas para consolidar a literatura nesta área. Fonte NeuroPsicoNews .

Critérios de diagnóstico propostos para os transtornos hipersexuais

1. A existência de fantasias sexualmente excitantes recorrentes e intensas, impulsos ou comportamentos sexuais que persistam durante um período de pelo menos seis meses e se encaixem na definição de parafilias.
2. As fantasias, impulsos ou comportamentos sexuais causam desconforto ou comprometimento clinicamente significativo na área social, ocupacional ou outras áreas importantes.
3. Os sintomas não encontram causa em outros transtornos, como por exemplo, no Episódio Maníaco.
4. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (abuso de droga ou medicamento) ou à afecção clínica geral.



A Quantidade de Sexo Normal - Escape Sexual Total (EST)

As pesquisas científicas sobre sexualidade costumam referir-se à quantidade de atividade sexual com o termo Escape Sexual. Este é um conceito para referir a iniciativa e efetivação de uma atividade sexual com orgasmo. O número do Escape Sexual Total (EST) é a quantidade de orgasmos atingidos durante algum tempo estabelecido, como por exemplo, Escape Sexual Total semanal, mensal, anual, etc. Dessa forma o EST semanal deverá refletir a prevalência de Comportamento Sexual Compulsivo entre homens.

Kinsey (Wyatt, 1988), que desenvolveu o conceito de EST, relatou que o EST semanal mediano foi de 2,14 para homens entre a adolescência e a idade de 30 anos, e de 1,99 para todos os homens em geral. No Brasil essa média é de 3, segundo pesquisa da Pfiser (veja A Vida Sexual do Brasileiro). Analisando esses e outros dados, Kafka sugeriu que um EST semanal de 7 ou mais poderia ser usado para definir comportamento hipersexual nos homens.

De fato, não existe um consenso sobre a possibilidade da alta freqüência de comportamento sexual ser, automaticamente, considerada patológica. Mas alguns autores dizem que esse raciocínio é o mesmo empregado para considerar patológicos outros comportamentos impulsivos de alta freqüência, como por exemplo, a hiperfagia (comer demais e compulsivamente), hipersônia (dormir demais), jogo patológico (jogar compulsivamente), etc. Desta forma a hipersexualidade refletiria claramente uma má adaptação sempre que resultasse de um Comportamento Sexual Compulsivo, com sofrimento subjetivo, incapacidade psicossocial ou perda de controle (Kafka e Prentky, 1998).
Vamos ter para nós, então, que seria patológica (mórbida) a sexualidade capaz de produzir sofrimento na pessoa ou nas pessoas de seu entorno.

Comportamento Sexual Compulsivo e Parafilia

Parafilia é o termo atualmente empregado para os transtornos da sexualidade, anteriormente referidos como “perversões”, uma denominação ainda usada no meio jurídico. Estudar as Parafilias é conhecer as variantes da sexualidade e do erotismo em suas diversas formas de estimulação e expressão comportamental. É muito difícil conceituar a sexualidade normal (veja artigo O Normal em Sexualidade), a ponto de o médico inglês Havelock Ellis ter dito que “todas as pessoas não são como você, nem como seus amigos e vizinhos, inclusive, seus amigos e vizinhos podem não ser tão semelhantes a você como você supõe.”

As Parafilias são fantasias sexualmente excitantes, são desejos sexuais fortes ou, ainda, comportamentos envolvendo objetos não-humanos, sempre recorrentes e intensos. Essas parafilias podem causar sofrimento e humilhação ao paciente, a seu parceiro(a), filhos, familiares, bem como envolvimentos policiais e judiciais. Atualmente, entretanto, os sintomas das parafilias podem envolver outros padrões culturalmente questionáveis, como é o caso da masturbação repetitiva, pornografia pela Internet, hipersexualidade, etc. (Veja outro texto sobre Parafilias)

A hipersexualidade, por sua vez, seria um aumento da sexualidade (desejo, fantasias e atividade) para além do socialmente habitual. Os sintomas hipersexuais têm sido rotulados como compulsivos, impulsivos ou, tal como acontece com o vício do jogo ou das drogas, adictivos. Evidências cada vez mais numerosas apóiam a existência de uma síndrome caracterizada por fantasias sexualmente excitantes recorrentes e intensas, impulsos sexuais ou comportamentos não normais mas, não obstante, envolvendo padrões que escapam dos conceitos e definições da parafilia (no caso do Transtorno Hipersexual sem Parafilia), ou seja, que escapam aos conceitos e definições das aberrações do ato e do desejo sexual.

Apesar desses comportamentos hipersexuais serem distintos da parafilia, há, contudo, alta comorbidade com ela (alta comorbidade = a hipersexualidade aparece junto com outras parafilias com freqüência). Conquanto tais sintomas tenham sido rotulados como compulsão ou adicção sexual, esses termos são problemáticos. A moderna classificação das doenças mentais tem negligenciado este transtorno, embora o DSM.VI (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4a. edição), da Associação Psiquiátrica Norte-Americana, inclua os comportamentos hipersexuais como um exemplo dos transtornos sexuais não especificados.

No CID.10 (Classificação Internacional de Doenças, 10a.revisão), em F52 é classificado o Apetite Sexual Excessivo, com duas subclassificações; Satiríase e Ninfomania. De qualquer forma, alguns autores requerem que esse transtorno seja classificado como uma das parafilias ou relacionado a elas. Na ausência de um conhecimento mais abrangente sobre esse transtorno, sugere-se que seja simplesmente denominado de Transtorno Hipersexual, havendo quem classifique de Transtorno Hipersexual com Parafilia e Transtorno Hipersexual sem Parafilia. Essa última maneira seria preferível.

De modo geral, a questão de como categorizar melhor este transtorno permanece polêmica. Os termos ninfomania e donjuanismo podem ter ajudado a focalizar o esforço dos médicos e a pesquisa nesta área, mas esses rótulos têm ares pejorativos ou conotação de “senvergonhice”. (Veja Síndrome de Don Juan). Os comportamentos sexuais nas parafilias costumam ser ritualísticos, ocultos e dissimulados, o que nem sempre (ou quase nunca) acontece no Comportamento Sexual Compulsivo.

Comportamento Sexual Compulsivo e TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo)

Popularmente o termo obsessão, aplicado ao sexo, pode ser usado para designar uma preocupação sexual excessiva. O uso do termo nesse contexto desperta, sem dúvida, a antiga idéia de que paixão e loucura são vizinhas. A idéia de que alguns transtornos sexuais, notadamente a hipersexualidade, sejam de natureza obsessivo-compulsiva tem surgido mais recentemente na literatura médica.

Vários transtornos caracterizados por comportamentos repetitivos e impulsivos, particularmente compras compulsivas, cleptomania e jogo patológico se colocam junto ao TOC atualmente (Veja Espectro Obsessivo-Compulsivo). Alguns desses Transtornos do Controle dos Impulsos, notadamente a Tricotilomania (arrancar pelos, cabelos) e a Onicofagia (roer unhas), como o próprio TOC, respondem bem a um inibidor da recaptação de serotonina, e não a um inibidor da recaptação da noradrenalina.

Muito embora 15% dos portadores de Comportamento Sexual Compulsivo possam ser portadores de Transtorno Obsessivo-Compulsivo da Personalidade (como veremos adiante), parece que a hiperatividade sexual e o TOC são, de fato, condições psiquiátricas diferentes. Uma das diferenças de morbidade entre o Comportamento Sexual Compulsivo e o Transtorno Obsessivo-Compulsivo seria o fato de, no TOC, os sintomas sexuais costumam, tipicamente, provocar ansiedade, nesse caso, causando algum tipo de sofrimento ao paciente, portanto, chamados comportamento e/ou sentimento egodistônico.
No Comportamento Sexual Compulsivo, por outro lado, mais freqüente é que os sintomas hipersexuais possam ser agradáveis ao paciente, portanto, egosincrônico. Levado esse fato ao pé da letra e, obedecendo recomendações do CID.10 sobre excluir do patológico aquilo que não faz sofrer a pessoa ou seu entorno, então não estaríamos autorizados a considerar um transtorno uma variação do comportamento humano.

Outra diferença é que, no TOC, invariavelmente o paciente tenta neutralizar os pensamentos intrusivos (obsessivos) com toda sua força, mas no Comportamento Sexual Compulsivo o paciente costuma dar várias explicações para seus pensamentos e seu comportamento “assanhado”, principalmente quando são estimulados por uma cultura que glorifica a performance sexual como a nossa.

O que confunde esses dois conceitos (TOC e CSC) é que, em grande número de pacientes com TOC, existem idéias obsessivas também de conotação sexual. Nesses casos, os sintomas hipersexuais respondem relativamente bem ao tratamento com ISRSs (antidepressivos), mas a hipersexualidade do Comportamento Sexual Compulsivo não.

Comportamento Sexual Compulsivo e outros transtornos emocionais

Carnes relatou, a partir de uma pesquisa com quase 1.000 pessoas internadas para tratamento por adicção ao sexo tinham, concomitantemente, outras adicções (veja tabela abaixo). Mais tarde, Carnes e Delmonico relataram números semelhantes numa pesquisa com 290 adictos ao sexo em recuperação. Em outro estudo, 70% dos adictos a cocaína que entraram num programa de tratamento sem internação relataram ter adição ao sexo.

Concomitância Comportamento Sexual Compulsivo

e Outras Adicções

Outra Adicção Carnes Delmonico

Dependência Química 42% 39%

Transtorno Alimentar 38% 36%

Trabalhadores Compulsivos 28% 28%

Gastadores Compulsivos 26% 23%

Jogadores Compulsivos 5% 4%

Comportamento Sexual Compulsivo e Transtornos de Personalidade

Black e cols. Os investigadores avaliaram os participantes quanto aos trans­tornos de personalidade usando critérios definidos no DSM.III.R, bem como outros métodos. Quando foi usada a Entrevista Estruturada para Transtornos de Personalidade do DSM-III-R, 83% satisfizeram os critérios para pelo menos um transtorno de personalidade, enquanto 82% satisfizeram os critérios para pelo menos um transtorno de personalidade usando uma versão revisada do Personality Diagnostic Questionnaire. Por meio de um consenso de ambos os instrumentos, os participantes satisfaziam os critérios para pelo menos um transtorno de personalidade, mais comumente os transtornos eram dos tipos histriônico (21%), paranóide (15%) e obsessivo-compulsivo (15%). (Fonte:Neuropsiconews)

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Veja:
Comportamento Sexual Compulsivo
Criminoso Sexual Serial
Parafilias
Delito Sexual e Parafilias

Desejo Sexual

Disfunção Sexual Feminina

Disfunção Erétil - Impotência