Pastor é profissão?!! (DO

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Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo. Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, E deu dons aos homens. E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. (Efésios 4:11/15).

A síntese desta passagem poderia ser: O contra-ataque de Cristo aos enganadores.

Os cinco dons chamados ministeriais foram “concedidos” diretamente por Cristo, de Seus atributos espirituais para algumas pessoas de dentro da congregação. Quando Ele fez isto, tinha em mente, as seguintes finalidades: aperfeiçoamento dos “santos” para a edificação da Igreja; unidade da fé e conhecimento de Cristo; a perfeição do homem baseada nEle, Cristo; não sermos enganados por “aproveitadores de Igreja”; crescimento em tudo tendo Jesus como “o cabeça”. Mas acima de tudo, a finalidade de grande significado para nós é essa última: “cresçamos em tudo naquele que é “o cabeça” (e não nos enganadores). Crescer somente “em” Cristo é a chave de tudo; basta entendermos isso, e tudo será mais fácil; mas poucos; poucos entendem isto.

Cristo capacitou espiritualmente certas pessoas para executar melhor os serviços religiosos da sua Igreja (seu corpo). Cada dom ministerial tem a sua peculiaridade; o que O levou a diversificar nessa distribuição; Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo (Efésios 4:7) Apesar de serem diversos, os dons vêm de uma mesma pessoa; de uma mesma mente: Cristo. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. (I Coríntios 12:4). Por isso, as “finalidades” tinham um propósito uniforme: para que a Igreja fosse comparada a um corpo humano, no que se refere aos seus membros. Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada...; (Romanos 12:5). Cristo, quando nos vê individualmente, nos enxerga como membros uns dos outros, e quando estamos em seu corpo (ajuntamento), nos vê como seu corpo inteiro.

Os membros do corpo humano são diferentes uns dos outros, e individualmente, um depende do outro; e quando unidos ao corpo, funcionam como um todo, governado por um órgão superior: a cabeça. Esta é a principal analogia neotestamentária; É a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. (I Coríntios 12:1/31). Todo este capítulo 12 de I Coríntios nos mostra um corpo humano normal em funcionamento normal. Paulo fala aos coríntios vocacionados pelos dons, mas ignorantes neste aspecto, que atuassem no exercício de seus dons, como membros de um corpo humano normal. Ele nos nivela de maneira tal que: E os (membros) que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos, damos muito mais honra. - Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela.

Sabemos que num corpo humano com algum defeito, os membros funcionam de maneira desordenada. Se existe um membro defeituoso, outros membros serão mais exigidos para suprir a deficiência daquele. Quando se gessa um braço por longo tempo, este se atrofia, ao passo que o outro se desenvolve mais que o normal. As pernas de uma pessoa paraplégica atrofiam ao extremo pela falta de uso e o tronco se desenvolve desproporcionalmente. Pessoas que exercitam bastante um membro, e se esquecem dos outros, ficam deformadas fisicamente. Cada membro deve ser usado de maneira tal que o corpo se beneficie de todos, naquilo que cada um pode fazer ou oferecer. Quantos “corpos de Cristo” deformados, hoje em dia! Quando tudo se centraliza em uma pessoa (qualquer membro), ou num pequeno grupo “mais importante” da igreja (corpo), não há harmonia entre os membros e muito menos entre estes e o Espírito daquele que deveria ser “o cabeça”, o dono da Igreja. Quando há pessoas mais importantes, elas fazem de tudo na igreja. Trabalham mais, são mais vistas e mais requisitadas. Quem recebe salário também centraliza tudo para “mostrar serviço” e justificar o que ganha! Os outros membros não fazem quase nada; são atrofiados espiritualmente; não têm “obrigação” de fazer nada; não lhe dão nada para fazer, pois não recebem salários da igreja, e cobram muito daqueles que recebem. Não são incentivados a conhecer a Escritura, e ficam sendo enganados em sua ignorância. ... sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. (Tiago 1:22).

Não há hierarquias em relação aos dons espirituais; nem dons mais importantes ou menos importantes; o que levaria as pessoas da igreja (membros) a serem mais importantes que outras. Porém vocês não devem ser chamados Rabi, pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre. E aqui na terra não chamem ninguém de pai porque vocês têm somente um Pai, que está no céu. Vocês não devem ser chamados mestres, porque vocês têm um mestre, o Messias. Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido”. (Mateus 23:8/12).

Jesus estava pensando nos fariseus, quando disse isso aos discípulos. Eles (os fariseus), abusavam de suas “autoridades” subjugando o povo; formando corporativismo de sua classe (clero), em detrimento dos mais necessitados. Exploravam as viúvas e os órfãos. Aqui, Cristo faz questão de que haja um nivelamento entre os seus discípulos (futura Igreja), para que estes não sejam como aqueles.

A ausência de títulos seria muito importante. Ele sabia que a hierarquia dentro de Sua Igreja traria divisões, intrigas e discórdias. Ninguém seria chamado por nenhum título (dom ministerial), de dentro de seu corpo; simplesmente porque a ninguém pertence nenhum dom espiritual concedido por Ele. Ninguém que tenha um dom pode ser destacado pelo mesmo, ou ser um profissional daquele dom, ou ter um registro de posse dele; No capítulo 12 de I Coríntios, Paulo ensina os vocacionados de dons espirituais a usarem os seus dons, como membros de um só corpo. Ele considera os irmãos vocacionados de dons como membros dentro de um mesmo corpo, e em (Mateus 23:8) … e todos vós sois irmãos, Cristo nos coloca dentro de uma mesma família e entre irmãos não há privilégios ou privilegiados.

A Bíblia atribui um significado muito semelhante para presbítero, evangelista, pastores, bispos e anciãos. Todos esses dons tinham algo em comum: “apascentavam o rebanho”: Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles,...: Apascentai o rebanho de Deus. (I Pedro 5:1/2). E de Mileto mandou a Éfeso, a chamar os anciãos da igreja. E, logo que chegaram junto dele, disse-lhes:... Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. (Atos 20:17/28). Nesse encontro em Mileto, de Paulo com os anciãos-bispos da Igreja de Éfeso, podemos deduzir que o Espírito Santo escolhia para bispos, os anciãos da Igreja, ou seja, aqueles homens mais experientes, maduros, vividos etc. de dentro da congregação (a cabeça escolhendo os membros de seu corpo).

Os que tinham o dom para apóstolo; exerciam o ministério em campos avançados; longe da localidade da Igreja. Iam à frente para começarem novas frentes de trabalhos. E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. (I Coríntios 12:28). Essa ordem de dons (não de pessoas; note que há uma mistura de títulos que conhecemos hoje, com dons que consideramos dons), não queria dizer que Deus colocou os apóstolos num lugar de proeminência, em relação aos demais, mas indica uma ordem temporal dos serviços. Hoje, cresce um conceito deturpado para o dom de apóstolo. Virou título dos verdadeiros donos de igrejas! Somente os fundadores de denominações detêm essa “posição”. É o topo da hierarquia, o vértice mais alto da pirâmide, o marechal, um... quase rei; longe, muito longe da visão dos verdadeiros apóstolos da Bíblia: E não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados (I Tessalonicenses 2:6). Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens. - Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós vis. - Até esta presente hora sofremos fome, e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos; Somos blasfemados, e rogamos; até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todos. (I Coríntios 4:9/13).

Os profetas (homens que tinham dom de profeta) não eram menores que os apóstolos (homens que tinham dom para apóstolo), mas aqueles que estavam sempre pertos destes, para que pudessem saber a vontade de Deus em suas jornadas e serviços. Os outros dons eram espontaneamente instalados pelo Espírito. Paulo exercia também os serviços de presbítero (ele também tinha esse dom), juntamente com os outros presbíteros, ou seja, apascentava o rebanho que “ele” muitas vezes constituía.

Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger homens dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens distintos entre os irmãos. (Atos 15:22) Aqui, nesta decisão, as pessoas chamadas para apóstolos e os anciãos, se igualavam a toda Igreja. Não se sentiam donos da Igreja para decidirem por ela. Não eram maiores ou menores que o ajuntamento; eram iguais; eram irmãos. Se os apóstolos fossem “os generais” (maiorais), Deus não os colocaria em situações de perigos de morte todos os dias.

Todos os que tinham os dons ministeriais, eram escolhidos por Deus. Isto não dependia nem deles, nem de qualquer pessoa. Não dependia de valores terrenos, ou qualquer capacidade humana, formação educacional ou teológica. Tais pessoas exerciam esses dons de maneira voluntária, em total dependência a Deus. Aos presbíteros... Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho (I Pedro 5:2). Os dons ministeriais eram um trabalho de “pastoreio”. Levavam as ovelhas a ficarem juntas (arrebanhavam); afim de que elas fossem comer das melhores pastagens. Toda a tentativa de: controle, autoridade humana, “forçar a barra”, pressão, tentar “exercer domínio” sobre a Igreja, inventar estratégias, fazer do ajuntamento massa de manobra, controlar as pessoas através de chantagens de cargos e de remunerações, aproveitar o cargo e “título do dom” para ter privilégios etc. de qualquer pessoa, não procedia daquela “mente unificadora” que é Cristo. Não era um trabalho profissional (não havia remuneração), ninguém era obrigado, ou persuadido a fazer nada. Não dependia da capacidade humana, mas tudo era essencialmente espiritual. Teria de haver a liderança e direção do Espírito. Paulo fazia questão de afirmar que deixava de lado, toda a sua intelectualidade e capacidade humana para se submeter à direção do Espírito e executar o seu ministério: A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder”; Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam. Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; (I Coríntios 2:4/7). Como vimos, o trabalho que Cristo reservou (concedeu) para os vocacionados teria de passar e ter início por Ele mesmo. Quem extrapolava o espiritual (não se submetia ao Espírito), deixava de ser “membro” de Seu ministério. Como anda escasso este trabalho nos dias de hoje! A demonstração de Espírito e de poder, somente é concedida aos vocacionados; àqueles que realmente têm os dons; os outros; somente palavras bonitas e... muita enganação.

Outro tópico importante para se salientar, é que o vacacionado, teria de viver a mensagem que ele retransmitia. Ser o “exemplo dos fieis”, era a condição essencial... mas servindo de exemplo ao rebanho. (I Pedro 5:3). Quando uma pessoa fala em nome daquele que é dono da mensagem, e não a vive, não há colheita, não há frutos. A mensagem é acima de tudo estéril.

Se Cristo faz questão de não chamarmos nenhuma pessoa pelo dom que ela “possui” ou pensa ser concessionária, (transformar os dons em títulos); posso dizer com segurança que na terra não há pastores, apóstolos, profetas, bispos, padres (pais), papa (pai), mestres, evangelistas, anciãos ou qualquer título que liga qualquer dom ministerial à pessoa concedida. Posso no máximo, dizer que existem, (embora muito pouco), pessoas vocacionadas pelo Senhor, que lhes concedeu dons espirituais, somente isso.

O que é uma concessão? No mundo dos negócios, existe a figura da concessionária. São estabelecimentos comerciais que vendem os produtos ou marcas que não são deles, ou não foram produzidos por eles, mas recebem autorização por meio de contratos para comercializa-los. Tais estabelecimentos são controlados e fiscalizados pelos donos da mercadoria, a fim de certificar a qualidade dos serviços e vendas. Quando não lhes interessam mais, esses donos rescindem os contratos, pelo zelo da marca. Concessionária trabalha com a mercadoria, mas não são os donos dela.

Quem é o dono da mensagem? Nos dias atuais, quem e como é chamado o concessionário de dons? Quem está a “vender” a mensagem? Será essa, a mensagem de Cristo? Cristo já não rasgou esses contratos, se realmente algum dia eles existiram?

Ligar a pessoa ao dom que ela “possui”; somente o podemos fazer com relação a Cristo: O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará. (Salmo 23:1). Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. (João 10:11). E haverá um rebanho e um Pastor (João 10:16). Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus. (Hebreus 4:14). Por isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão (Hebreus 3:1). Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas; (I Pedro 2:25). E, quando aparecer o Supremo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória. (I Pedro 5:4). Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas. (Hebreus 13:20)

Se existe alguma pessoa neste mundo, que queira ser um “bom” pastor ou sacerdote, tem de ter os seguintes requisitos: Estar disposto a dar a sua vida pelas ovelhas: …o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas (João 10:11). Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas (João 10:15). Ter morrido e ressuscitado: Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas (Hebreus 13:20). Estar nos céus: “Isto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão”. (Hebreus 4:14). Voltará a terra diretamente dos céus: Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar (dos céus), recebereis a imarcescível coroa da glória (I Pedro 5:4).

Cristo não concedeu cargos, cabides de emprego, profissionais religiosos, líderes religiosos, donos de Igrejas, empresários de Igreja, donos da verdade etc. Ele tinha somente uma intenção, quando concedeu os dons ministeriais: que aquelas pessoas se sentissem como Paulo e Pedro: VOLUNTÁRIOS em Seu serviço.

Somente Cristo é “O” Pastor da Igreja. Aos homens, Ele não transferiu essa autoridade, esse título. Só concedeu dons e vocações! Nada mais que isso; para serem seus retransmissores, canais ou porta-vozes. Somente Cristo é o nosso sumo sacerdote, e seu tabernáculo está nos céus. Somente Cristo detém os títulos dos dons que são realmente dEle; e nós, somos somente seus concessionários; membros de seu corpo; irmãos de sua família.

A formação de corporações clericais existe desde o tempo dos fariseus; na idade média, e hoje em dia. Subjugaram, mandaram, mataram, enriqueceram, tomaram conta dos governos etc. Os tabernáculos e a maioria das igrejas dos homens são instituições para os poderosos da terra! Não se pode questionar nem contradizer nada dentro deles. São os donos da verdade e qualquer que os desafie, será tido como rebelde, endemoninhado, falso profeta, feiticeiro, bruxo, rebelde, etc. começarão com as perseguições. Arrumarão sempre uma “prova” ou razão para incriminar. O povo (plebe) sempre foi massa de manobra. Enquanto estiverem na escuridão da ignorância, tanto melhor para eles. Quando alguns “rebeldes” passam a conhecer melhor as Escrituras, logo são rechaçados para fora de seus redutos intolerantes.

Ser pastor hoje é (quase sempre) pertencer a uma classe dominante; uma profissão conceituada, que muita mãe desejaria para seu filho; muitas mulheres para seus maridos! É (quase sempre), um grande título religioso-profissional; uma posição muito conceituada; sem concorrência, sem muito trabalho, e salário compensador (dependendo da instituição-igreja).

Várias instituições religiosas demitem seus “pastores”, se a igreja em que estiverem não der lucro; ou no mínimo, fecham as suas portas.

O conceito de pastor, hoje, é bem mais abrangente e evidenciado que no Novo Testamento, aliás, muito pouco mencionado lá. Os serviços atribuídos ao pastor de cada igreja local, hoje, eram atribuídos com mais freqüências aos presbíteros, anciãos e bispos, sempre no plural, nunca no singular. Com o tempo, a classe expandiu o seu grau de importância a tal ponto que quase podemos equipara-los aos sacerdotes levitas.

Igreja hoje (quase todas), têm que dar lucro. Seus “sacerdotes” querem ter um gordo salário e não abrem mão disso. Prosperidade material é sinal de que os membros fizeram certa, a tarefa de casa para com Deus. O lucro financeiro é prioridade. Ser pobre é um mau negócio e gera discriminação. Para se livrar da pobreza, existem as campanhas de prosperidade. Nas campanhas, quem der os dízimos e as ofertas especiais, Deus é obrigado a tirá-lo do atoleiro, abrir as janelas dos céus e derramar dinheiro sobre a cabeça dele. Mas para isso, a pessoa tem de ter fé! Se a coisa não der resultado, não houve fé suficiente. Deve-se “concentrar bastante” para que venha a fé. Se ainda não der certo, haverá novas campanhas, quem sabe...

Todas as manobras e estratégias são feitas para manter a instituição-igreja em alto nível econômico-financeiro-administrativo. A igreja deve gerar outros negócios paralelos. Uma mega igreja que se preze, é dona de suntuosos templos; estações de rádios, televisões, jornais, gráficas, editoras, produtoras de CDs, terrenos etc. não é à toa que a profissão pastor é uma boa referência.

Não encontro em lugar nenhum no novo testamento uma Igreja deste tipo. Essa igreja lucrativa, não é linhagem da igreja primitiva; muito menos o que Cristo pretendia. Ele não tencionava deixar um nicho de negócios para os aproveitadores, de Seu nome. Não vejo na Palavra, essa função dos concessionários de dons ministeriais de hoje. Cristo não concedeu essas “capacitações espirituais”. Quem conhece a bíblia, com a revelação do Espírito, a mente de Cristo, não cai nessas conversas e armadilhas; não faz parte destas organizações; muito menos aceita essas obras como aprovadas por Deus.

Não encontro no novo testamento, alguma referência em que explique que uma pessoa somente deva ser o líder (o maioral) de uma igreja local. Não há nada que fale que apenas uma pessoa deva tomar a Palavra todas as vezes que a Igreja se reúne. Não há nada que determine que uma pessoa deva receber salários para os trabalhos ministeriais no sentido profissional. As ajudas mencionadas aos apóstolos que chegavam de longe estão mais voltadas ao acolhimento; hospedagem e outras ajudas que os irmãos “sentiam” na obrigação de fazer. Não havia por parte dos vocacionados, intenção de fazer o “pé-de-meia” com os seus trabalhos.

No encontro de Paulo com os bispos de Éfeso; em (Atos 20:33/34), ele recomenda àqueles homens vocacionados, que tiveram a honra de serem (por Deus), concessionários de dons, para que não os usassem para seus proveitos próprios; não extorquir e espoliar aqueles irmãos, nem desejar nada deles, pois ele próprio trabalhava com as próprias mãos para se manter e a seus companheiros. Tinha uma profissão certa, era construtor de tendas, mas estava preocupado com aquela Igreja; com a boa fé e inocência daquelas pessoas. Sabia que um dia ou outro, surgiriam os aproveitadores da fé alheia, (Atos 20:29/30); foi exatamente o que aconteceu de lá para cá